O mistério das viajantes do tempo no Le Petit Trianon

Em 1911, Charlotte Anne Moberly e Eleanor Jourdain, sob os pseudônimos de Elisabeth Morison e Frances Lamont, publicaram um livro fascinante sobre sua visita ao Le Petit Trianon, próximo a Versalhes. Elas descreveram uma experiência fora do comum, onde se sentiram envoltas por uma atmosfera melancólica e sonhadora durante o passeio pelo castelo e seus jardins. As autoras relataram encontros estranhos com pessoas vestidas e com aparências peculiares, que as deixaram perturbadas. Descobriram, no dia seguinte, que nada do que haviam visto correspondia à realidade atual do local. Sua conclusão? Uma viagem no tempo. Moberly e Jourdain acreditavam ter voltado mais de um século no passado e até avistado a própria Maria Antonieta. O livro das "viajantes do tempo" tornou-se um best-seller, com várias edições publicadas. No entanto, o mistério não estava apenas na história em si, mas no fato de que Morison e Lamont não eram reais. As verdadeiras autoras eram duas professoras da Universidade de Oxford, que se viram tão afetadas pela suposta viagem no tempo que buscaram ajuda da Society for Psychical Research. A teoria de que a experiência no Le Petit Trianon foi uma mentira não convenceu muitas pessoas, devido à exposição das autoras e às suas reputações em jogo. Philippe Jullian sugeriu que as professoras tenham entrado sem querer em uma festa à fantasia organizada por Robert de Montesquiou, que acontecia nos jardins do palácio à mesma época da suposta viagem no tempo. Mesmo com diversas explicações para o ocorrido, a história das "viajantes do tempo" impactou profundamente a imaginação do público por décadas. Philippe Jullian oferece uma das hipóteses mais plausíveis, embasada no contexto histórico e nas atividades da época. Este enigma continua a fascinar e intrigar estudiosos e entusiastas de viagem no tempo até os dias atuais.

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