Empresas privadas na China formam milícias: preparação para conflitos internos ou aumento da influência?
Empresas privadas na China estão formando milícias para lidar com ameaças internas. Tendência levanta questões sobre influência, preparação para conflitos e apoio ao governo. Impacto na sociedade é incerto.
Na China, a formação de milícias por empresas privadas está se tornando um fenômeno crescente, revivendo um antigo costume de criar grupos armados que operam como poder paralelo. Além dos tradicionais Departamentos das Forças Armadas Popular (PAFD) e Exército de Libertação Popular (PLA), agora várias empresas estão estabelecendo suas próprias milícias. De acordo com o Financial Times, em 2023, pelo menos 16 grandes empresas já haviam criado seus próprios Departamentos das Forças Armadas Popular em questão de meses. Essas empresas, que vão desde do ramo de tecnologia até o alimentício, estão buscando estabelecer suas próprias milícias, muitas vezes utilizando seus próprios funcionários. A justificativa por trás desse movimento é preparar-se para lidar com ameaças internas, em vez de externas, como forma de aumentar a capacidade de gerenciar a instabilidade social em um período de desaceleração econômica na China. Um dos casos que chamou atenção foi o do Grupo Yili, uma empresa de peso no setor lácteo, que estabeleceu uma milícia armada no final de 2023. Segundo Huang Zhiquiang, vice-presidente executivo da Região Autônoma da Mongólia, a milícia foi criada para servir em tempos de paz, lidar com emergências e responder em tempos de guerra, sob a direção do Exército de Libertação Popular da Mongólia Interior e do Partido Comunista. Outro exemplo é o Banco ICBC, que em Xangai afirmou que sua intenção é contribuir com a defesa nacional, além de auxiliar na empregabilidade de veteranos do exército. Empresas do setor financeiro também estão seguindo essa tendência, como a filial da Província de Qinghai do Industrial and Commercial Bank of China, que estabeleceu um Departamento das Forças Armadas do Povo recentemente. Segundo o The Economist, as empresas privadas na China estão cada vez mais interessadas em formar milícias, motivadas pelo desejo de ajudar o país em situações de desastre, conflito e estabilidade social. Especialistas apontam que, diante do descontentamento e da ineficiência do governo central, os civis estão buscando formas de contribuir e garantir seu próprio sustento ao mesmo tempo. O surgimento dessas milícias corporativas levanta questões e teorias sobre as verdadeiras intenções por trás desse movimento. Alguns especulam sobre a preparação para potenciais conflitos, enquanto outros enxergam um crescente libertarianismo discreto ou até mesmo um aumento da influência das empresas sobre questões de segurança e defesa. Por fim, fica a incógnita sobre como essa tendência das empresas privadas de formar milícias irá evoluir na China, e quais serão as consequências disso para a sociedade e o equilíbrio de poder no país.
Fonte Notícia: https://br.ign....
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