Descoberta do dinossauro Tietasaura derbyiana no Recôncavo Baiano

Descoberta de Tietasaura derbyiana, dinossauro ornitísquio, no Recôncavo Baiano após quase 200 anos, levando à nova perspectiva da diversidade de dinossauros no Brasil. Importância da preservação e parcerias internacionais em pesquisa paleontológica.

Descoberta do dinossauro Tietasaura derbyiana no Recôncavo Baiano

Durante o período de 1859 a 1906, foram descobertos fósseis de dinossauros na região do Recôncavo Baiano. No entanto, somente recentemente um desses dinossauros recebeu um nome - e esse nome tem uma conexão histórica com a região. Em 1977, Jorge Amado publicou "Tieta do Agreste", uma obra que mais tarde foi adaptada para uma novela e um filme. Na trama, Tieta deixa a região e retorna anos depois, um paralelo interessante com a história deste dinossauro, que foi o primeiro a ser descoberto na América do Sul. O dinossauro em questão foi encontrado originalmente há quase duzentos anos, mas só foi corretamente descrito e batizado recentemente. Isso ocorreu porque os ossos do dinossauro foram levados para o Museu de História Natural de Londres, onde permaneceram por um longo período. Após análises mais aprofundadas, os pesquisadores identificaram a espécie como uma nova descoberta e a batizaram de Tietasaura derbyiana, em uma homenagem à personagem Tieta de Jorge Amado. A Tietasaura viveu no Recôncavo Baiano há aproximadamente 130 milhões de anos, durante o período Cretáceo, quando a região começava a se separar da África. Essa espécie de dinossauro era de porte pequeno, embora não seja possível determinar se os fósseis encontrados pertencem a um filhote ou a um animal adulto. Além disso, a Tietasaura representa o primeiro vestígio ósseo de um animal do grupo ornitísquio encontrado no Brasil. Antes dessa descoberta, apenas pegadas desses dinossauros haviam sido identificadas no país. Os ornitísquios eram herbívoros e caracterizavam-se por ter um focinho em formato de bico. Alguns exemplos famosos desse grupo incluem o triceratops e o estegossauro. De acordo com os pesquisadores, devido ao tamanho reduzido da Tietasaura em um ambiente com grandes predadores, é provável que esses dinossauros vivessem em grupos. A pesquisa que levou à descoberta e identificação da Tietasaura derbyiana foi coordenada por Valéria Gallo e Kamila Bandeira, do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em colaboração com outras importantes instituições de pesquisa, como a USP e o Museu Nacional. O nome "derbyiana" também é uma homenagem a Orville Derby, fundador do Serviço Geológico do Brasil e um dos naturalistas que encontraram os fósseis do dinossauro há quase dois séculos. Kamila Bandeira comentou sobre a importância da descoberta ao afirmar que muitos materiais científicos antigos coletados na América do Sul foram levados para a Europa e se perderam ao longo do tempo. No entanto, o dinossauro Tietasaura derbyiana foi reencontrado, o que representa um marco significativo na paleontologia brasileira. Essa descoberta ressalta a importância da preservação e do estudo do patrimônio paleontológico brasileiro, bem como a relevância das parcerias entre instituições de pesquisa nacionais e internacionais para avançar o conhecimento sobre a história pré-histórica do país. A identificação e nomeação da Tietasaura derbyiana trazem uma nova perspectiva para a compreensão da diversidade de dinossauros que habitavam o território brasileiro durante o período Cretáceo.

Fonte Notícia: https://br.ign....

Qual é a sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow