Desafios demográficos e educacionais na Coreia do Sul: baixa taxa de natalidade e custos elevados de educação privada

Coreia do Sul enfrenta desafios demográficos e educacionais devido a baixa taxa de natalidade e altos custos de educação privada, com investimentos governamentais para incentivar a natalidade e melhorar a qualidade de vida.

Desafios demográficos e educacionais na Coreia do Sul: baixa taxa de natalidade e custos elevados de educação privada

Ao visitar a Coreia do Sul e explorar cidades como Seul e Daejeon, é comum se deparar com a vasta quantidade de seushagwon, que são escolas particulares onde crianças frequentam para aprender inglês, matemática e se preparar para o suneung, um exame compreensivo e desafiador que dá acesso às universidades do país, inspirando-se no ENEM brasileiro. Em 2020, o país contava com mais de 73 mil academias desse tipo, o que reflete um cenário peculiar e desafiador para a Coreia do Sul. A nação enfrenta um declínio demográfico alarmante, levando a educação das crianças a se tornar um luxo acessível apenas aos mais abastados. A Coreia do Sul é considerada um dos países mais caros do mundo para criar um filho, com uma taxa de fertilidade de apenas 0,72 filhos por mulher, colocando-a no último lugar em termos de natalidade. Esse cenário é tão preocupante que já é considerado uma "emergência nacional" pelas autoridades do país, uma vez que a baixa taxa de natalidade impacta não apenas a economia e a sociedade, mas também a defesa nacional. Paradoxalmente, o país onde é mais caro criar um filho é também o que registra menor taxa de natalidade. Um estudo realizado pelo Instituto YuWa revelou que criar um filho na Coreia do Sul até os 18 anos pode custar o equivalente a 7,79 vezes o PIB per capita do país, o que representa aproximadamente 365 milhões de KRW (won sul coreano) ou cerca de US$ 266 mil. Esse valor é significativamente alto se comparado a países como China, Alemanha e França. Para lidar com esse desafio demográfico, o governo sul-coreano investiu US$ 280 bilhões nos últimos 18 anos em políticas e incentivos voltados para melhorar a qualidade de vida das famílias e incentivar a natalidade. Um dos grandes investimentos das famílias sul-coreanas vai para a educação privada de seus filhos, totalizando quase US$ 19 bilhões somente em 2022. Os gastos com centros privados de educação representam uma parte significativa do orçamento familiar, muitas vezes superando despesas básicas como alimentação e moradia. Mesmo com a diminuição das taxas de natalidade, os gastos com educação privada continuam a aumentar, evidenciando a importância dada pelos sul-coreanos à formação de seus filhos. A questão das academias e aulas extracurriculares privadas na Coreia do Sul está intimamente ligada ao conceito de "hagwon", que são os centros intensivos de estudos onde os alunos buscam reforçar seus conhecimentos e se preparar para exames cruciais como o suneung. É comum até mesmo crianças em idade pré-escolar frequentarem esses centros para aprenderem diversas disciplinas, desde idiomas até artes marciais. O elevado custo dessas instituições, no entanto, levanta questionamentos sobre o impacto na demografia do país, na sobrecarga das crianças e na igualdade de oportunidades educacionais. O governo sul-coreano tentou regular o funcionamento das academias privadas no passado, mas os resultados foram variados, com críticas sobre a pressão exercida sobre os pais e alunos para garantir uma educação de qualidade e oportunidades de emprego. Enquanto o país enfrenta o desafio entre altos custos de educação e baixas taxas de natalidade, iniciativas como programas de incentivo à natalidade estão sendo consideradas para tentar reverter esse cenário preocupante na Coreia do Sul.

Fonte Notícia: https://br.ign....

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